sábado, 19 de março de 2011

Não deu. De novo! Pela última vez...

Pela última vez no ano, acho. A não ser que aconteça mais uma competiçãozinha mequetrefe da Federação Paulista, mas o campeonato que vale mesmo, acabou hoje pra mim, pois domingo que vem tenho o aniversário de um dos meus melhores amigos e vou ter que faltar ao jogo contra o Red Bull. Bom, aqueles que não perdem nenhuma oportunidade de fazer alusões ao meu pé frio podem considerar isso auspicioso, se servir de consolo.

Hoje o São Bento jogou contra um adversário direto na luta contra o rebaixamento, time contra o qual tivemos nossa única vitória fora de casa no primeiro turno e que me deixou muito intrigado pelo fato de ter uma torcida! Ou melhor dizendo, pessoas no local destinado a eles, manifestando interesse na vitória, se preferir, pois nada pode me explicar como alguém torce pro Palmeiras B!!! E não me venha dizer que são Palmeirenses, pois isso seria tão escroto quanto se orgulhar pela Bruna Surfistinha ser de Sorocaba ou bater no peito pra dizer que a coxinha da Real é a melhor do mundo! EU SOU PALMEIRENSE e a existência desse time b conta com o meu solene desprezo, na falta de definição melhor. Fato é que tinha gente lá...

E logo no início do jogo, eu me lembrei de leve porque ando tão ausente de estádios de futebol: por causa dos filhos da puta que frequentam!!! Na minha frente, 4 folgadões em pé, conversando. Começa o jogo, nada deles sentarem. Vou até eles, que estavam vestidos igual gente, sem farda de torcida organizada ou algo nesse sentido, e perguntei se eles pretendiam assistir ao jogo em pé. A resposta já me preocupou:

- Nóis vai, sim!

Não dá pra tentar argumentar ou manter qualquer tipo de relacionamento com alguém assim, mudei o tom de voz e perguntei se as pessoas que estavam sentadas atrás deveriam se foder:

- Óia, o jogo tá passano na televisão, qué sussego fica em casa, e ó, vai pra lá que é mió...

Eu fiquei olhando... aqueles 4, tudo tripa, na arquibancada, dava fácil pra arrebentar os 4 ali, rapidinho, arquibancada abaixo, não tinha erro. E foi o primeiro jogo sem o Duda, o que me impedia? "Exame de vida pregressa e conduta social", tem essa fase no concurso, e acho que não pegaria bem se isso aparecesse na minha vida pregressa. Aceitei o conselho do celerado sem apreço pela língua portuguesa e fui "pra lá", pensando em como a lógica dessas pessoas é formidável: Quer sossego, fica em casa! Eu não posso ir ao estádio de futebol, a menos que me comporte como um troglodita sem a menor noção de condutas sociais, certo? E a minha única exigênciazinha era assistir ao jogo sentado. "Ah, lugar de assistir sentado é numerada", é o caralho! Sei que tem um monte de gente que é contra a elitização dos estádios, que está tirando o verdadeiro torcedor dos estádios, mas se o verdadeiro torcedor é ISSO AÍ, quero que a elitização chegue o quanto antes! Porque, se o cara tem toda essa ânsia de assistir ao jogo de pé, que vá para o meio do furdúncio, na organizada, e não num setor do estádio onde TODO MUNDO MENOS ELES 4 estão sentados!

Será que é essa a tal "cultura de arquibancada"? Pra mim, é simplesmente falta de educação mesmo, um produto tão brasileiro quanto a capoeira, o carnaval, o samba e o cafézinho (em todos os sentidos). A pessoa não tem educação, no nível mais básico, e tenta submeter os outros ao seu mundo. É claro que é muito triste, ninguém vai ao estádio de futebol pra ficar nervoso, se sentir ameaçado, ter menos direito que o outro que pagou o mesmo tanto que você pela mesma coisa, e não poder fazer nada!

Tudo isso tirou uns 85% do meu astral, num dia em que eu me programei para, pela primeira vez, fazer tudo como manda o figurino: chegar antes dos times entrarem em campo, coisa fundamental que ainda não tinha experimentado! Depois, durante 90 minutos, voltamos a expor nossa ruindade daquele modo costumeiro, sem nunca dar à torcida alguma esperança de poder vencer o jogo. E com 10 minutos, já veio o primeiro comentário de que o empate era vantajoso. Levamos um gol, tivemos um jogador expulso tolamente, depois um palmeirasbesense conseguiu a mesma coisa, com maior estupidez e já no final, quando atacávamos de forma destrambelhada, levamos o segundo, com requintes de crueldade, pois houve falha do Henal, nosso goleiro...

Eu ia dizer que o Henal é o "xodó da torcida", mas não é o caso, pois pra mim, "xodó" é algo mais ligado àquela ideia de filho drogado e vagabundo, cretino, facínora e manipulador, mas que mesmo assim, é o preferidinho da mamãe. O Henal é o único jogador digno em todo o elenco, e isso ficou claro em sua reação contrita após o gol que sofreu. Que os jogadores estejam preocupados com os salários atrasados é um direito legítimo deles, mas o único que me parece também estar preocupado com o São Bento é o Henal, que teve o nome gritado ao final do jogo, mas que, de forma humilde e honesta, dirigiu-se cabisbaixo ao vestiário, talvez sentindo-se indigno daquela homenagem!

A probabilidade do São Bento estar na Terceira Divisão no ano que vem tornou-se bem grande, mas longe de ser insuportável. Tudo bem que o que venha por aí seja Batatais, Força, SAAD ou a Desgraça de Limeira, pouco importa! Com o Bento onde o Bento estiver, refrão do Gremista Lupcínio para o nosso time Blue, que merece o bom lamento de um Blues, pra ver se alguma beleza surge dessa tristeza toda!

Allez, le bleus!

Daqui a pouco eu me dirijo ao CIC pra nossa final de Copa do Mundo. Foi um campeonato longo e o máximo que a gente conseguiu foi chegar aqui brigando pra não cair pra terceira divisão. Foda-se, é o rio que corta a minha aldeia, saca?

Vi o São Bento ganhar só um jogo no CIC, o primeiro que eu fui e achei que ia ser tudo do caralho!

Bora bentão, que eu tou sentindo que é hoje!

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Mundo Anda Tão Complicado...

O mundo do São Bento, então... onde a gente parou? Sim, perdemos de "revirada" em casa para o São José e pelo menos a sensação que ficou foi a de que uma derrota honrosa nos devolveria ao menos a esperança de escapar da terceira divisão, correto?

Bom, aí os jogadores entraram em greve. Não, antes disso, o Steve, camaronês que era seguramente o nosso jogador com maior intimidade junto ao ofício de jogar futebol, se desligou. Largou mão, esse negócio de não receber salário, ser despejado e de vez em quando não ter nem comida, pesou. Né? Aí os jogadores entraram em greve e, rien l'argent, era WO contra o Cavanhaquense e isso significaria cair para a vigésima segunda divisão ou algo do tipo. Aí o presidente fez umas promessas, a torcida foi lá pedir e os caras voltaram de Santa Bárbara com um empate heroico, gerando expectativas para o que seria o Dérbi da Humilhação!

Não tanto a humilhação em virtude da quilométrica discrepância técnica entre as duas equipes, o jogo esteve até equilibrado e perdemos um pênalti quando perdíamos por 1x0, a coisa poderia ser diferente, mas não foi. Perdemos e fomos humilhados, vejamos:

#Humilhação 1: Acho que não temos médico. Sim, pois em todos os momentos em que um jogador nosso caía, ia um cara do Atlético Sorocaba junto, e eu presumo que seja um médico. Mas vem cá, um time que não paga salário, não tem onde treinar, falta bola (no sentido literal), seria mesmo HUMILHAÇÃO não ter um médico? Isso me lembra a época em que o Atlético-GO, muito mal das pernas, viu um jogador ir embora reclamando que no clube não tinha nem sabonete pra eles tomarem banho e o presidente, indignado, falou que o jogador estava "conversando fiado", pois o que ele tem que reclamar de sabonete, sendo que a água está cortada há dois meses?

# Humilhação 2: Intervalo de jogo, perdendo de 1x0, uma meia dúzia de membros da torcida organizada que não é a principal, vai até a mureta da arquibancada e começa a entoar cânticos de guerra, sangue, morte, contra o adversário... e eles fazem isso com tamanho prazer, que me faz sentir uma vergonha alheia insuportável! Primeiro porque eu já acho de uma estupidez siderúrgica esse negócio de guerrinha entre torcidas organizadas, odeio TODAS que se dedicam a isso, sem exceção. Segundo, concordo integralmente com o Fefas sobre essa necessidade de criar uma rivalidade sem nexo com esse time aí do Reverendo, que, pelo baruio da charrete, daqui uns dias pode muito bem se chamar Atlético Pindamonhangaba e tá tudo certo. A relevância desse outro time ser de Sorocaba é a mesma que a Bruna Surfistinha também ser daqui, altera nada no contexto.

# Humilhação 3: Finzinho de jogo, perdendo de 2x0, mais uma vez dois jogadores expulsos, e o adversário, nitidamente, fica com dó. A torcida, afinzona de tripudiar e chutar cachorro morto com os gritos de OLÉ, e os jogadores do Reverendo na manha, sem machucar. Me lembrou muito o bordão de bandido que é preso e pede pro delegado "Dr., por favor, não esculacha", que na gíria deles, significa não abusar no lance de dar porrada, ou dar porrada em lugar indevido, enfim, não esculachar. Ficou quase nítido que os nossos pobres jogadores estampavam na cara um "não esculacha" que acabou comovendo os atleticanos, mas não sei, acho que no cômputo geral, essa dózinha acabou sendo pior, viu?

# Humilhação Master: Encontro o William, do "Vamos Subir Bento" e ele diz que o importante foi a missão cumprida, 59 mil de renda, ia dar pra pagar o salário dos jogadores... quer dizer, no fundo, nós fomos para o jogo como se fosse o cadafalso, sabendo que o pior nos aguardava! Quer dizer, quem, em sã consciência, poderia imaginar que o resultado seria diferente? Fomos lá dar a nossa contribuição para o time não acabar imediatamente, recebendo em troca um instantâneo da nossa inferioridade!

Eu ouço falar no São Bento desde que me entendo por gente, devido à minha ligação familiar com a cidade, e sou do tempo em que ocasionalmente o São Bento aparecia nos Gols do Fantástico, pois era figura obrigatória na primeira divisão paulista. Demorei pra me envolver com o time depois que me mudei pra cá, mas não quero perder isso. Depois do jogo, descendo aquela rua do estádio com o Duda no meu cangote, pensei que quero isso pra sempre, ou enquanto o Duda quiser, pelo menos. Confesso que jamais me importarei com os resultados, a qualidade do time ou a divisão que disputa, mas o que me preocupa hoje é que vejo um fim para esse time de tanta tradição...

Curioso, na segunda feira veio um casal em casa e falei pro cara que estava levando o Duda nos jogos do São Bento, íamos em todos! Ele achou massa e perguntou para o meu co-cunhado se ele também ia, a resposta: "Eu até fui nos dois primeiros jogos, mas o time é muito ruim, não dá ânimo pra ir"... quem haverá de criticá-lo? Eu, até com uma polidez incomum, disse que isso era um espírito próprio de sãopaulino que o palmeirense não pode se dar ao luxo de ter, pois se for esperar um time bom pra acompanhar, vai ficar muito tempo tendo que arrumar outra coisa pra fazer. Mas aí, depois do dérbi, vendo o meu desolamento, esse mesmo co-cunhado me disse que não entendia como Sorocaba, com um monte de empresas, não conseguisse uma pra "abraçar" o São Bento... na hora, pensei em dizer que o motivo das empresas deve ser o mesmo dele pra não abraçar o São Bento: "Ah, o time é muito ruim"...

Eu, aqui, não estou querendo criticar ninguém especificamente, e sim, o comportamento modinha de só ir na boa. Sim, todo mundo tem seus afazeres e eu, um ano atrás, não poderia sequer lembrar que o São Bento existia, dada a minha carga horária exótica de trabalho, mas mesmo assim, vejo um envolvimento quase nulo das pessoas com o time. Procuro me sentar sempre no mesmo lugar do estádio, não por superstição, mas por atavismo mesmo, imagino que um dia ainda criarei um ambiente de estádio como o que eu tinha nas cadeiras amarelas do Serra Dourada, mas o que vejo, ao contrário, é uma turma nova a cada jogo. Gente que se denuncia achando que o Lucas Biselli é bom, pois esse é um autêntico jogador "Quase". As jogadas dele QUASE dão em alguma coisa, sempre! E esse pessoal normalmente sai jurando não voltar enquanto o time estiver ruim desse jeito... estão errados?

Agora ficou muito nítido que o nosso papel até o fim do campeonato será brigar pra não cair e ouvi do próprio Presidente do time, na academia, que faltam só 4 pontos para nos livrarmos de vez do rebaixamento. Mas, independente de estarmos na segunda ou terceira divisão no ano que vem, não tenho muita certeza se existiremos até lá. Enquanto isso, vamos torcer, que é a parte que nos cabe nesse latifúndio!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pé frio é o caralho!

Sim, seria esse o título do post e seria mais que perfeito... foi o que pensei quando a arquibancada explodiu sobre a minha cabeça no exato momento em que o Duda, de forma assaz inconveniente, resolveu fazer cocô. Sim, eu estava no banheiro do estádio quando o São Bento, com um jogador a menos, virou heroicamente pra cima do São José e tudo parecia se encaminhar para o mais perfeito final feliz, com a torcida empolgada, o batuque comendo solto e o Duda adorando cantar "xalaialaiá... Bentão do meu coração!". Mas aí...

Bom, comecemos pelo princípio e um dos indícios que a coisa não ia bem era a notícia do Steve no banco. Não que ele seja um craque, a quintessência do Didi da Folha Seca desfilando sua expertise no albiceleste da Manchester Paulista, mas nesse time horroroso, é ele e mais 10 e Deus que dê uma forcinha, mas aí ele foi reclamar que anda sendo despejado dos hoteis por falta de pagamento do clube, situação que deve incomodar só um pouquinho sua esposa, né? Bom, aí a gente vai e relembra ele como costumamos tratar os negros que vem da África trabalhar no Brasil e foda-se o time! Ainda assim, eu estava empolgado, o clima no estádio estava bacana, voltei pra arquibancada e o Duda parece que gosta mais de ver jogo ali (vai entender!), só que tudo isso não durou nem 15 minutos.

Olha, uma amiga minha disse certa vez que todo mundo que se acha "meio House", na verdade é só "meio escroto". Costumo usar analogia semelhante pra gente que se acha no direito de dar os chiliques e WOs do Tim Maia ou do João Gilberto sem um pingo da genialidade de ambos. Trazendo a coisa pro ambiente futebolístico, a gente só suportava o Edmundo (no meu caso, IDOLATRAVA) porque ele era bom pra caralho! Decidia jogos, ganhava títulos, salvava o bicho da rapaziada. Por isso, vez ou outra a gente acabava engolindo uma ou outra estupidez como essas que o tal do Lucas Biselli anda aprontando. O cara é atacante a já foi expulso 3 vezes nesse campeonato! Não sei como foi a expulsão no primeiro jogo contra o Guarani, mas as duas que eu presenciei no CIC foram de uma torpeza indesculpável! Contra os funcionários do Pão de Açúcar, ele agrediu um jogador do próprio time e ontem protagonizou uma autêntica Ruyreizada! Eu até acho que pode ter sido pênalti, ou, em última análise, que ele não tenha cavado a falta, daí que o cartão amarelo foi injusto. Porém, NADA justifica ficar vociferando com gestos pra cima de um cara que tem o poder de, dentre outras coisas, te dar um cartão vermelho! Por que você se continha e engolia calado certos desaforos perpetrados pelo babaca fortão e psicopata da escola? Porque ele simplesmente poderia te dar um cacete! Então, por que diabos você vai tirar satisfação chiliquenta contra um babaca que pode te expulsar do jogo? Detalhe: com 12 minutos de jogo...

E aí, eu é que sou pé frio? Tá bom... claro que o São Bento levou um gol e ficou claro que sairíamos de lá derrotados mais uma vez. Foi um primeiro tempo que em muito se assemelhou a tudo o que ando vendo nas minhas peregrinações ao CIC, incluindo aí os milagres superfaturados do nosso arqueiro Henal, que, apesar do excesso de alegorias e adereços nas defesas que pratica, torna as coisas menos piores do que já são. Só que o Duda não tava impaciente, não pediu pra ir embora e só reclamou de leve que o "batuque" parou. Me perguntou se o Bento ia ganhar e essa é uma daquelas situações em que você não se sente muito mal em mentir pro seu filho. Na volta para o segundo tempo, uma leve melhora, a constatação que o time deles é muito feio e o técnico resolve colocar o Pablo. Sim, o Pablo, autor de todos os nossos gols no início do campeonato, um dos poucos a demonstrar afinidade com o ofício futebolístico, tava no banco! Do que será que ele reclamou, de chibatadas?

Pablo entrou e a gente virou. Sim, pode parecer simplista em demasia, mas foi exatamente assim que aconteceu - e a jogada do primeiro gol ainda foi dele! E olha, foi sensacional! Pela primeira vez no ano, senti aquela adrenalina de campo de futebol, a torcida cabriolando na arquibancada daquele jeito que os faz parecer golfinhos, saca? Com um a menos, na raça, no meio da cagada do Duda, em meio a cânticos, quando foi a última vez que eu tinha visto um gol nosso no CIC? No dérbi! E quando vi a gente na frente do placar? Só no jogo contra o Rio Branco, o primeiro em casa! Pena que todo esse cenário durou pouco. Depois de duas ajudas significativas da bandeira, dando impedimentos que provocaram risos na arquibancada pela bizarria contida nos erros (num deles, ela marcou impedimento numa bola recuada), o São José empatou e a magia acabou.

Sim, o empate ainda vale um ponto, mas bonito mesmo seria vencer! Com um a menos, de virada, com o Randall no estádio! E o Rodrigo Dias também foi expulso... vou te dizer que esses jogadores do São Bento tem um padrão randallzera na estupidez de suas atitudes que geram cartões vermelhos, porque esse cara foi expulso por jogar a bola na cara do adversário.

Jogamos como nunca, perdemos como sempre. Eu só espero que o Steve tenha dado uma de Rincón pra cima do nosso Marcelinho Carioca branquinho e cabeludinho que arruma expulsão cretina com 12 minutos de jogo, é o mínimo!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

É o Nirvana!

Olha, não tenho certeza se o que vou dizer condiz com a realidade, mas seria muito legal se desde que o Nirvana entrou no time, o São Bento não perdeu mais! Nirvana, eu torço para um time que tem um jogador chamado Nirvana, sabem o que significa isso?

"Oh well, whatever, nevermind", direis, mas pra mim tem todo o significado do mundo! Assim como todo Palmeirense que se preza tem uma boa história sobre o que estava fazendo naquele dia dos namorados de 93, um ser humano de caráter, moral e dignidade, se lembra da primeira vez que ouviu Nirvana! E eu dispenso relatos de pessoas que vem dizer que já ouviam Nirvana antes de Nevermind, me interessa mais aqueles que descrevem as emoções quando ouviram aquelas guitarras de "Smells Like Teen Spirit"... pra mim, indescritível! Foi o Pescoço, meu mentor rock and roll quem me mostrou, claro, mas o que me marcou realmente foi numa festa em que ele era DJ, uma playboyzada ma non troppo pedia Ramones e ele tocou, depois mandou Clash, voltou com Ramones e me mostrou o vinilzão com o bebê atrás da nota de dólar, falando "vou colocar"... as pessoas enlouqueceram, e foi uma das poucas vezes em que eu acho que a gente se divertiu tanto colocando as músicas quanto as pessoas que ouviam (e dançavam, ou pulavam).

Mas aí você vem me dizer que talvez "Nirvana" seja só um apelido e ainda que ter um apelido desse seja melhor do quê "Cumpádi Uóshito", "Jacaré" ou "Molejão", o ideal é que Nirvana esteja na certidão de nascimento do nosso atacante! Porque as opções de análise e interpretação dos motivos que levaram a isso são muito mais interessantes que um simples apelido, que se resumiria a: ele é cabeludo ou gosta do Nirvana. Ainda assim, repito, melhor que os apelidos remetentes a estilos hipomusicais. Mas de antemão, eu simpatizo com os pais do Nirvana, mesmo se a coisa não tiver nada a ver com a banda de Seattle e tudo com ideais hippies e baboseiras quetais, mas acho que não... fosse o caso, o nosso Nirvana não estaria jogando bola no Bentão, e sim, dançando sapateado irlandês na Mônica Minelli ou algo que o valha.

Isso de colocar nomes em filhos me remete aos tempos em que eu tinha algo como o pior emprego do mundo, sendo ASPONE na Telegoiás pra pagar a minha faculdade, e uma das minhas fascinantes funções era emitir guias de consulta para o plano de saúde, quando rolou o seguinte diálogo:

- Iago, seu filho chama Iago? Que bacana!
- Pois é, minha mulher que escolheu.
- Ela gosta de Shakespeare?
- Ela gosta DE QUÊ?
- Shakespeare, é o nome de um personagem de Otelo...
- Não, Randall, é o nome do cigano da novela da Globo!

O que me fascina nesse diálogo é que eu não só fui muito criticado pela minha namorada da época pelo fato de que "o rapaz não tinha a menor obrigação de saber sobre uma peça de Shakespeare" (ou seja, subliminarmente, eu teria a obrigação de saber das novelas da Globo e seus ciganos), mas a maneira categórica como ele definiu a origem do nome do seu rebento. Que Skakespeare o caralho, né?

De novo, agora com gosto: "Oh well, whatever, nevermind..."

Quero imaginar que o nosso Nirvana tenha 19 anos, portanto, nascido em 92, ano em que Nevermind estourou, portanto, grandes possibilidades de ter sido gerado entre os primeiros acordes de guitarra de "Smells Like Teen Spirit" e a parte mais melancólica de "Come As You Are" (vai por mim, dá tempo, não são nem 12 minutos, sô)! E sim, eu tenho essa mania de achar que pessoas com bom gosto musical são bacanas e ponto, mas aparentemente, estou ampliando essa visão destorcida da realidade para criar um outro axioma: pessoas com bom gosto musical, além de bacanas, colocam nomes descolados nos filhos e esses se tornam o Messias que conduzirá o São Bento à segunda fase da A-2, estava escrito!

Ganhamos fora de casa ontem do Rio Branco de Americana, 2 x 0 com sobras e um pênalti perdido, Nirvana não fez nenhum gol, mas tenho certeza que foi fundamental para a construção do resultado.

Yeah!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Bentão, falhei com você! Ou não...

Sábado era dia de ir ao CIC ver a estreia no 2º Turno da A-2, ainda mais depois de ter meio que me portado de forma não simpatizante ao lance do torcedor que não arregaça as mangas, só que não rolou. O Duda não quis ir de jeito nenhum, não houve o que o tirasse de casa e eu até que o entendo. Tudo bem que ele está muito novo pra isso, mas ele quis simplesmente ficar na sua poltrona assistindo Toy Story 3 pela pentelhonésima vez! E eu devo dizer que também não envidei os devidos esforços e bons ofícios no sentido de demovê-lo, dormi semi-criminosamente enquanto o Azulão ia pra cima de um dos líderes do campeonato E GANHOU!

E aí, surge como inevitável a oportunidade de revelar a minha notória fama de pé frio. Não sei se eu concordo, mas no caso do São Bento, é um caso a se pensar depois da surpreendente vitória de sábado, que nos distanciou da zona de rebaixamento e reacendeu, ainda que de forma cautelosa, uma esperança de classificação para a próxima fase. Para acreditar nisso, basta você não ler muita notícia sobre o time, esses detalhes ínfimos de salários atrasados, comida ruim, jogador sendo despejado com a família do hotel onde residem, coisinhas miúdas, de pequena monta, né?

Como é que alguém pode se dedicar com um mínimo de excelência ao ofício de jogar bola, se recebe uma ligação da mulher na concentração, avisando que vai ser despejada? Ou sem receber salário? Comendo mal? Porque eu vou te dizer, a menos que seja um idiota como o Viola, que em Valência reclamou da qualidade da comida, quando o jogador chega ao ponto de reclamar disso, é porque a coisa tá feia! Muito feia! Até acho que um dos tópicos a ser tratado pela Associação dos Torcedores que está para ser criada poderia ser: levar um jogador depois do jogo pra comer um lanchão de pernil, assim já alivia pelo menos o rango de um dia...

Brincadeiras à parte, acho muito legal que exista essa movimentação toda, principalmente por ser feito por um pessoal jovem, já identificado com o time da cidade e com um propósito futebolístico em mente. Bora que dá, Bentão, vamos estender esse prazer em pelo menos mais uma fase!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Torcedor do São Bento Arregaça as Mangas!

E eu não sei se eu concordo com isso não...

Quer dizer, me desculpem, deixa eu reformular isso, pois não cabe a mim concordar, isso seria entrar demais na seara da "vida dos ôto", por isso eu digo de forma mais específica: não embarco nessa não. Esse tipo de coisa me lembra bem a festa de formatura da minha cunhada, rolou uma briga causada por um ex-amigo nosso e envolvia um motivo cretino, todo mundo se envolveu, foi lá pro meio da confusão e quando eu começava a me sentir um tanto pusilânime, olhei pro lado e vi o Giba, que também estava se formando, na mesma posição que eu, lá na mesa dele. Gestualmente, perguntei se ele não ia no rolo e "dedualmente" ele fez que não, para depois mandar aquele gesto-símbolo da paz, sabe qual é? O das mãozinhas cruzadas pelo polegar...

E eu não vou lá debater os problemas do São Bento não, porque simplesmente não é problema meu e estou muito bem resolvido com isso. Eu sou torcedor e torcedor senta a bunda no estádio pra torcer. E só. Quer dizer, acho do caralho essa galera abnegada que vai lá, se reúne, debate e tenta fazer alguma coisa para ajudar o São Bento a sair desse buraco, de verdade! Se surtir algum efeito, assumo aqui o compromisso de sempre enaltecer esse esforço, mas não contem comigo.

E outra: não venham dizer que eu não sou digno de ser chamado de torcedor, porque me limito a torcer e reclamar, até porque eu nem reclamo muito, se você considerar o quanto esse time merece as mais veementes reclamações! Eu torço, os dirigentes dirigem, o treineiro treina, os jogadores jogam e assim a coisa funciona, cada um no seu quadrado, pelo menos sempre foi assim pra mim. A minha parte seria mais no sentido de não ser canalha e abandonar o time "porque não ganha nada" e tentar convencer os outros a também fazer o mesmo.

No mais, todo o meu respeito ao pessoal que foi debater ontem, e que as coisas melhorem a partir de amanhã contra o Guarani, primeira partida do segundo turno rumo à manutenção na A-2!