quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

É o Nirvana!

Olha, não tenho certeza se o que vou dizer condiz com a realidade, mas seria muito legal se desde que o Nirvana entrou no time, o São Bento não perdeu mais! Nirvana, eu torço para um time que tem um jogador chamado Nirvana, sabem o que significa isso?

"Oh well, whatever, nevermind", direis, mas pra mim tem todo o significado do mundo! Assim como todo Palmeirense que se preza tem uma boa história sobre o que estava fazendo naquele dia dos namorados de 93, um ser humano de caráter, moral e dignidade, se lembra da primeira vez que ouviu Nirvana! E eu dispenso relatos de pessoas que vem dizer que já ouviam Nirvana antes de Nevermind, me interessa mais aqueles que descrevem as emoções quando ouviram aquelas guitarras de "Smells Like Teen Spirit"... pra mim, indescritível! Foi o Pescoço, meu mentor rock and roll quem me mostrou, claro, mas o que me marcou realmente foi numa festa em que ele era DJ, uma playboyzada ma non troppo pedia Ramones e ele tocou, depois mandou Clash, voltou com Ramones e me mostrou o vinilzão com o bebê atrás da nota de dólar, falando "vou colocar"... as pessoas enlouqueceram, e foi uma das poucas vezes em que eu acho que a gente se divertiu tanto colocando as músicas quanto as pessoas que ouviam (e dançavam, ou pulavam).

Mas aí você vem me dizer que talvez "Nirvana" seja só um apelido e ainda que ter um apelido desse seja melhor do quê "Cumpádi Uóshito", "Jacaré" ou "Molejão", o ideal é que Nirvana esteja na certidão de nascimento do nosso atacante! Porque as opções de análise e interpretação dos motivos que levaram a isso são muito mais interessantes que um simples apelido, que se resumiria a: ele é cabeludo ou gosta do Nirvana. Ainda assim, repito, melhor que os apelidos remetentes a estilos hipomusicais. Mas de antemão, eu simpatizo com os pais do Nirvana, mesmo se a coisa não tiver nada a ver com a banda de Seattle e tudo com ideais hippies e baboseiras quetais, mas acho que não... fosse o caso, o nosso Nirvana não estaria jogando bola no Bentão, e sim, dançando sapateado irlandês na Mônica Minelli ou algo que o valha.

Isso de colocar nomes em filhos me remete aos tempos em que eu tinha algo como o pior emprego do mundo, sendo ASPONE na Telegoiás pra pagar a minha faculdade, e uma das minhas fascinantes funções era emitir guias de consulta para o plano de saúde, quando rolou o seguinte diálogo:

- Iago, seu filho chama Iago? Que bacana!
- Pois é, minha mulher que escolheu.
- Ela gosta de Shakespeare?
- Ela gosta DE QUÊ?
- Shakespeare, é o nome de um personagem de Otelo...
- Não, Randall, é o nome do cigano da novela da Globo!

O que me fascina nesse diálogo é que eu não só fui muito criticado pela minha namorada da época pelo fato de que "o rapaz não tinha a menor obrigação de saber sobre uma peça de Shakespeare" (ou seja, subliminarmente, eu teria a obrigação de saber das novelas da Globo e seus ciganos), mas a maneira categórica como ele definiu a origem do nome do seu rebento. Que Skakespeare o caralho, né?

De novo, agora com gosto: "Oh well, whatever, nevermind..."

Quero imaginar que o nosso Nirvana tenha 19 anos, portanto, nascido em 92, ano em que Nevermind estourou, portanto, grandes possibilidades de ter sido gerado entre os primeiros acordes de guitarra de "Smells Like Teen Spirit" e a parte mais melancólica de "Come As You Are" (vai por mim, dá tempo, não são nem 12 minutos, sô)! E sim, eu tenho essa mania de achar que pessoas com bom gosto musical são bacanas e ponto, mas aparentemente, estou ampliando essa visão destorcida da realidade para criar um outro axioma: pessoas com bom gosto musical, além de bacanas, colocam nomes descolados nos filhos e esses se tornam o Messias que conduzirá o São Bento à segunda fase da A-2, estava escrito!

Ganhamos fora de casa ontem do Rio Branco de Americana, 2 x 0 com sobras e um pênalti perdido, Nirvana não fez nenhum gol, mas tenho certeza que foi fundamental para a construção do resultado.

Yeah!

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