sábado, 19 de março de 2011

Não deu. De novo! Pela última vez...

Pela última vez no ano, acho. A não ser que aconteça mais uma competiçãozinha mequetrefe da Federação Paulista, mas o campeonato que vale mesmo, acabou hoje pra mim, pois domingo que vem tenho o aniversário de um dos meus melhores amigos e vou ter que faltar ao jogo contra o Red Bull. Bom, aqueles que não perdem nenhuma oportunidade de fazer alusões ao meu pé frio podem considerar isso auspicioso, se servir de consolo.

Hoje o São Bento jogou contra um adversário direto na luta contra o rebaixamento, time contra o qual tivemos nossa única vitória fora de casa no primeiro turno e que me deixou muito intrigado pelo fato de ter uma torcida! Ou melhor dizendo, pessoas no local destinado a eles, manifestando interesse na vitória, se preferir, pois nada pode me explicar como alguém torce pro Palmeiras B!!! E não me venha dizer que são Palmeirenses, pois isso seria tão escroto quanto se orgulhar pela Bruna Surfistinha ser de Sorocaba ou bater no peito pra dizer que a coxinha da Real é a melhor do mundo! EU SOU PALMEIRENSE e a existência desse time b conta com o meu solene desprezo, na falta de definição melhor. Fato é que tinha gente lá...

E logo no início do jogo, eu me lembrei de leve porque ando tão ausente de estádios de futebol: por causa dos filhos da puta que frequentam!!! Na minha frente, 4 folgadões em pé, conversando. Começa o jogo, nada deles sentarem. Vou até eles, que estavam vestidos igual gente, sem farda de torcida organizada ou algo nesse sentido, e perguntei se eles pretendiam assistir ao jogo em pé. A resposta já me preocupou:

- Nóis vai, sim!

Não dá pra tentar argumentar ou manter qualquer tipo de relacionamento com alguém assim, mudei o tom de voz e perguntei se as pessoas que estavam sentadas atrás deveriam se foder:

- Óia, o jogo tá passano na televisão, qué sussego fica em casa, e ó, vai pra lá que é mió...

Eu fiquei olhando... aqueles 4, tudo tripa, na arquibancada, dava fácil pra arrebentar os 4 ali, rapidinho, arquibancada abaixo, não tinha erro. E foi o primeiro jogo sem o Duda, o que me impedia? "Exame de vida pregressa e conduta social", tem essa fase no concurso, e acho que não pegaria bem se isso aparecesse na minha vida pregressa. Aceitei o conselho do celerado sem apreço pela língua portuguesa e fui "pra lá", pensando em como a lógica dessas pessoas é formidável: Quer sossego, fica em casa! Eu não posso ir ao estádio de futebol, a menos que me comporte como um troglodita sem a menor noção de condutas sociais, certo? E a minha única exigênciazinha era assistir ao jogo sentado. "Ah, lugar de assistir sentado é numerada", é o caralho! Sei que tem um monte de gente que é contra a elitização dos estádios, que está tirando o verdadeiro torcedor dos estádios, mas se o verdadeiro torcedor é ISSO AÍ, quero que a elitização chegue o quanto antes! Porque, se o cara tem toda essa ânsia de assistir ao jogo de pé, que vá para o meio do furdúncio, na organizada, e não num setor do estádio onde TODO MUNDO MENOS ELES 4 estão sentados!

Será que é essa a tal "cultura de arquibancada"? Pra mim, é simplesmente falta de educação mesmo, um produto tão brasileiro quanto a capoeira, o carnaval, o samba e o cafézinho (em todos os sentidos). A pessoa não tem educação, no nível mais básico, e tenta submeter os outros ao seu mundo. É claro que é muito triste, ninguém vai ao estádio de futebol pra ficar nervoso, se sentir ameaçado, ter menos direito que o outro que pagou o mesmo tanto que você pela mesma coisa, e não poder fazer nada!

Tudo isso tirou uns 85% do meu astral, num dia em que eu me programei para, pela primeira vez, fazer tudo como manda o figurino: chegar antes dos times entrarem em campo, coisa fundamental que ainda não tinha experimentado! Depois, durante 90 minutos, voltamos a expor nossa ruindade daquele modo costumeiro, sem nunca dar à torcida alguma esperança de poder vencer o jogo. E com 10 minutos, já veio o primeiro comentário de que o empate era vantajoso. Levamos um gol, tivemos um jogador expulso tolamente, depois um palmeirasbesense conseguiu a mesma coisa, com maior estupidez e já no final, quando atacávamos de forma destrambelhada, levamos o segundo, com requintes de crueldade, pois houve falha do Henal, nosso goleiro...

Eu ia dizer que o Henal é o "xodó da torcida", mas não é o caso, pois pra mim, "xodó" é algo mais ligado àquela ideia de filho drogado e vagabundo, cretino, facínora e manipulador, mas que mesmo assim, é o preferidinho da mamãe. O Henal é o único jogador digno em todo o elenco, e isso ficou claro em sua reação contrita após o gol que sofreu. Que os jogadores estejam preocupados com os salários atrasados é um direito legítimo deles, mas o único que me parece também estar preocupado com o São Bento é o Henal, que teve o nome gritado ao final do jogo, mas que, de forma humilde e honesta, dirigiu-se cabisbaixo ao vestiário, talvez sentindo-se indigno daquela homenagem!

A probabilidade do São Bento estar na Terceira Divisão no ano que vem tornou-se bem grande, mas longe de ser insuportável. Tudo bem que o que venha por aí seja Batatais, Força, SAAD ou a Desgraça de Limeira, pouco importa! Com o Bento onde o Bento estiver, refrão do Gremista Lupcínio para o nosso time Blue, que merece o bom lamento de um Blues, pra ver se alguma beleza surge dessa tristeza toda!

Allez, le bleus!

Daqui a pouco eu me dirijo ao CIC pra nossa final de Copa do Mundo. Foi um campeonato longo e o máximo que a gente conseguiu foi chegar aqui brigando pra não cair pra terceira divisão. Foda-se, é o rio que corta a minha aldeia, saca?

Vi o São Bento ganhar só um jogo no CIC, o primeiro que eu fui e achei que ia ser tudo do caralho!

Bora bentão, que eu tou sentindo que é hoje!

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Mundo Anda Tão Complicado...

O mundo do São Bento, então... onde a gente parou? Sim, perdemos de "revirada" em casa para o São José e pelo menos a sensação que ficou foi a de que uma derrota honrosa nos devolveria ao menos a esperança de escapar da terceira divisão, correto?

Bom, aí os jogadores entraram em greve. Não, antes disso, o Steve, camaronês que era seguramente o nosso jogador com maior intimidade junto ao ofício de jogar futebol, se desligou. Largou mão, esse negócio de não receber salário, ser despejado e de vez em quando não ter nem comida, pesou. Né? Aí os jogadores entraram em greve e, rien l'argent, era WO contra o Cavanhaquense e isso significaria cair para a vigésima segunda divisão ou algo do tipo. Aí o presidente fez umas promessas, a torcida foi lá pedir e os caras voltaram de Santa Bárbara com um empate heroico, gerando expectativas para o que seria o Dérbi da Humilhação!

Não tanto a humilhação em virtude da quilométrica discrepância técnica entre as duas equipes, o jogo esteve até equilibrado e perdemos um pênalti quando perdíamos por 1x0, a coisa poderia ser diferente, mas não foi. Perdemos e fomos humilhados, vejamos:

#Humilhação 1: Acho que não temos médico. Sim, pois em todos os momentos em que um jogador nosso caía, ia um cara do Atlético Sorocaba junto, e eu presumo que seja um médico. Mas vem cá, um time que não paga salário, não tem onde treinar, falta bola (no sentido literal), seria mesmo HUMILHAÇÃO não ter um médico? Isso me lembra a época em que o Atlético-GO, muito mal das pernas, viu um jogador ir embora reclamando que no clube não tinha nem sabonete pra eles tomarem banho e o presidente, indignado, falou que o jogador estava "conversando fiado", pois o que ele tem que reclamar de sabonete, sendo que a água está cortada há dois meses?

# Humilhação 2: Intervalo de jogo, perdendo de 1x0, uma meia dúzia de membros da torcida organizada que não é a principal, vai até a mureta da arquibancada e começa a entoar cânticos de guerra, sangue, morte, contra o adversário... e eles fazem isso com tamanho prazer, que me faz sentir uma vergonha alheia insuportável! Primeiro porque eu já acho de uma estupidez siderúrgica esse negócio de guerrinha entre torcidas organizadas, odeio TODAS que se dedicam a isso, sem exceção. Segundo, concordo integralmente com o Fefas sobre essa necessidade de criar uma rivalidade sem nexo com esse time aí do Reverendo, que, pelo baruio da charrete, daqui uns dias pode muito bem se chamar Atlético Pindamonhangaba e tá tudo certo. A relevância desse outro time ser de Sorocaba é a mesma que a Bruna Surfistinha também ser daqui, altera nada no contexto.

# Humilhação 3: Finzinho de jogo, perdendo de 2x0, mais uma vez dois jogadores expulsos, e o adversário, nitidamente, fica com dó. A torcida, afinzona de tripudiar e chutar cachorro morto com os gritos de OLÉ, e os jogadores do Reverendo na manha, sem machucar. Me lembrou muito o bordão de bandido que é preso e pede pro delegado "Dr., por favor, não esculacha", que na gíria deles, significa não abusar no lance de dar porrada, ou dar porrada em lugar indevido, enfim, não esculachar. Ficou quase nítido que os nossos pobres jogadores estampavam na cara um "não esculacha" que acabou comovendo os atleticanos, mas não sei, acho que no cômputo geral, essa dózinha acabou sendo pior, viu?

# Humilhação Master: Encontro o William, do "Vamos Subir Bento" e ele diz que o importante foi a missão cumprida, 59 mil de renda, ia dar pra pagar o salário dos jogadores... quer dizer, no fundo, nós fomos para o jogo como se fosse o cadafalso, sabendo que o pior nos aguardava! Quer dizer, quem, em sã consciência, poderia imaginar que o resultado seria diferente? Fomos lá dar a nossa contribuição para o time não acabar imediatamente, recebendo em troca um instantâneo da nossa inferioridade!

Eu ouço falar no São Bento desde que me entendo por gente, devido à minha ligação familiar com a cidade, e sou do tempo em que ocasionalmente o São Bento aparecia nos Gols do Fantástico, pois era figura obrigatória na primeira divisão paulista. Demorei pra me envolver com o time depois que me mudei pra cá, mas não quero perder isso. Depois do jogo, descendo aquela rua do estádio com o Duda no meu cangote, pensei que quero isso pra sempre, ou enquanto o Duda quiser, pelo menos. Confesso que jamais me importarei com os resultados, a qualidade do time ou a divisão que disputa, mas o que me preocupa hoje é que vejo um fim para esse time de tanta tradição...

Curioso, na segunda feira veio um casal em casa e falei pro cara que estava levando o Duda nos jogos do São Bento, íamos em todos! Ele achou massa e perguntou para o meu co-cunhado se ele também ia, a resposta: "Eu até fui nos dois primeiros jogos, mas o time é muito ruim, não dá ânimo pra ir"... quem haverá de criticá-lo? Eu, até com uma polidez incomum, disse que isso era um espírito próprio de sãopaulino que o palmeirense não pode se dar ao luxo de ter, pois se for esperar um time bom pra acompanhar, vai ficar muito tempo tendo que arrumar outra coisa pra fazer. Mas aí, depois do dérbi, vendo o meu desolamento, esse mesmo co-cunhado me disse que não entendia como Sorocaba, com um monte de empresas, não conseguisse uma pra "abraçar" o São Bento... na hora, pensei em dizer que o motivo das empresas deve ser o mesmo dele pra não abraçar o São Bento: "Ah, o time é muito ruim"...

Eu, aqui, não estou querendo criticar ninguém especificamente, e sim, o comportamento modinha de só ir na boa. Sim, todo mundo tem seus afazeres e eu, um ano atrás, não poderia sequer lembrar que o São Bento existia, dada a minha carga horária exótica de trabalho, mas mesmo assim, vejo um envolvimento quase nulo das pessoas com o time. Procuro me sentar sempre no mesmo lugar do estádio, não por superstição, mas por atavismo mesmo, imagino que um dia ainda criarei um ambiente de estádio como o que eu tinha nas cadeiras amarelas do Serra Dourada, mas o que vejo, ao contrário, é uma turma nova a cada jogo. Gente que se denuncia achando que o Lucas Biselli é bom, pois esse é um autêntico jogador "Quase". As jogadas dele QUASE dão em alguma coisa, sempre! E esse pessoal normalmente sai jurando não voltar enquanto o time estiver ruim desse jeito... estão errados?

Agora ficou muito nítido que o nosso papel até o fim do campeonato será brigar pra não cair e ouvi do próprio Presidente do time, na academia, que faltam só 4 pontos para nos livrarmos de vez do rebaixamento. Mas, independente de estarmos na segunda ou terceira divisão no ano que vem, não tenho muita certeza se existiremos até lá. Enquanto isso, vamos torcer, que é a parte que nos cabe nesse latifúndio!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pé frio é o caralho!

Sim, seria esse o título do post e seria mais que perfeito... foi o que pensei quando a arquibancada explodiu sobre a minha cabeça no exato momento em que o Duda, de forma assaz inconveniente, resolveu fazer cocô. Sim, eu estava no banheiro do estádio quando o São Bento, com um jogador a menos, virou heroicamente pra cima do São José e tudo parecia se encaminhar para o mais perfeito final feliz, com a torcida empolgada, o batuque comendo solto e o Duda adorando cantar "xalaialaiá... Bentão do meu coração!". Mas aí...

Bom, comecemos pelo princípio e um dos indícios que a coisa não ia bem era a notícia do Steve no banco. Não que ele seja um craque, a quintessência do Didi da Folha Seca desfilando sua expertise no albiceleste da Manchester Paulista, mas nesse time horroroso, é ele e mais 10 e Deus que dê uma forcinha, mas aí ele foi reclamar que anda sendo despejado dos hoteis por falta de pagamento do clube, situação que deve incomodar só um pouquinho sua esposa, né? Bom, aí a gente vai e relembra ele como costumamos tratar os negros que vem da África trabalhar no Brasil e foda-se o time! Ainda assim, eu estava empolgado, o clima no estádio estava bacana, voltei pra arquibancada e o Duda parece que gosta mais de ver jogo ali (vai entender!), só que tudo isso não durou nem 15 minutos.

Olha, uma amiga minha disse certa vez que todo mundo que se acha "meio House", na verdade é só "meio escroto". Costumo usar analogia semelhante pra gente que se acha no direito de dar os chiliques e WOs do Tim Maia ou do João Gilberto sem um pingo da genialidade de ambos. Trazendo a coisa pro ambiente futebolístico, a gente só suportava o Edmundo (no meu caso, IDOLATRAVA) porque ele era bom pra caralho! Decidia jogos, ganhava títulos, salvava o bicho da rapaziada. Por isso, vez ou outra a gente acabava engolindo uma ou outra estupidez como essas que o tal do Lucas Biselli anda aprontando. O cara é atacante a já foi expulso 3 vezes nesse campeonato! Não sei como foi a expulsão no primeiro jogo contra o Guarani, mas as duas que eu presenciei no CIC foram de uma torpeza indesculpável! Contra os funcionários do Pão de Açúcar, ele agrediu um jogador do próprio time e ontem protagonizou uma autêntica Ruyreizada! Eu até acho que pode ter sido pênalti, ou, em última análise, que ele não tenha cavado a falta, daí que o cartão amarelo foi injusto. Porém, NADA justifica ficar vociferando com gestos pra cima de um cara que tem o poder de, dentre outras coisas, te dar um cartão vermelho! Por que você se continha e engolia calado certos desaforos perpetrados pelo babaca fortão e psicopata da escola? Porque ele simplesmente poderia te dar um cacete! Então, por que diabos você vai tirar satisfação chiliquenta contra um babaca que pode te expulsar do jogo? Detalhe: com 12 minutos de jogo...

E aí, eu é que sou pé frio? Tá bom... claro que o São Bento levou um gol e ficou claro que sairíamos de lá derrotados mais uma vez. Foi um primeiro tempo que em muito se assemelhou a tudo o que ando vendo nas minhas peregrinações ao CIC, incluindo aí os milagres superfaturados do nosso arqueiro Henal, que, apesar do excesso de alegorias e adereços nas defesas que pratica, torna as coisas menos piores do que já são. Só que o Duda não tava impaciente, não pediu pra ir embora e só reclamou de leve que o "batuque" parou. Me perguntou se o Bento ia ganhar e essa é uma daquelas situações em que você não se sente muito mal em mentir pro seu filho. Na volta para o segundo tempo, uma leve melhora, a constatação que o time deles é muito feio e o técnico resolve colocar o Pablo. Sim, o Pablo, autor de todos os nossos gols no início do campeonato, um dos poucos a demonstrar afinidade com o ofício futebolístico, tava no banco! Do que será que ele reclamou, de chibatadas?

Pablo entrou e a gente virou. Sim, pode parecer simplista em demasia, mas foi exatamente assim que aconteceu - e a jogada do primeiro gol ainda foi dele! E olha, foi sensacional! Pela primeira vez no ano, senti aquela adrenalina de campo de futebol, a torcida cabriolando na arquibancada daquele jeito que os faz parecer golfinhos, saca? Com um a menos, na raça, no meio da cagada do Duda, em meio a cânticos, quando foi a última vez que eu tinha visto um gol nosso no CIC? No dérbi! E quando vi a gente na frente do placar? Só no jogo contra o Rio Branco, o primeiro em casa! Pena que todo esse cenário durou pouco. Depois de duas ajudas significativas da bandeira, dando impedimentos que provocaram risos na arquibancada pela bizarria contida nos erros (num deles, ela marcou impedimento numa bola recuada), o São José empatou e a magia acabou.

Sim, o empate ainda vale um ponto, mas bonito mesmo seria vencer! Com um a menos, de virada, com o Randall no estádio! E o Rodrigo Dias também foi expulso... vou te dizer que esses jogadores do São Bento tem um padrão randallzera na estupidez de suas atitudes que geram cartões vermelhos, porque esse cara foi expulso por jogar a bola na cara do adversário.

Jogamos como nunca, perdemos como sempre. Eu só espero que o Steve tenha dado uma de Rincón pra cima do nosso Marcelinho Carioca branquinho e cabeludinho que arruma expulsão cretina com 12 minutos de jogo, é o mínimo!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

É o Nirvana!

Olha, não tenho certeza se o que vou dizer condiz com a realidade, mas seria muito legal se desde que o Nirvana entrou no time, o São Bento não perdeu mais! Nirvana, eu torço para um time que tem um jogador chamado Nirvana, sabem o que significa isso?

"Oh well, whatever, nevermind", direis, mas pra mim tem todo o significado do mundo! Assim como todo Palmeirense que se preza tem uma boa história sobre o que estava fazendo naquele dia dos namorados de 93, um ser humano de caráter, moral e dignidade, se lembra da primeira vez que ouviu Nirvana! E eu dispenso relatos de pessoas que vem dizer que já ouviam Nirvana antes de Nevermind, me interessa mais aqueles que descrevem as emoções quando ouviram aquelas guitarras de "Smells Like Teen Spirit"... pra mim, indescritível! Foi o Pescoço, meu mentor rock and roll quem me mostrou, claro, mas o que me marcou realmente foi numa festa em que ele era DJ, uma playboyzada ma non troppo pedia Ramones e ele tocou, depois mandou Clash, voltou com Ramones e me mostrou o vinilzão com o bebê atrás da nota de dólar, falando "vou colocar"... as pessoas enlouqueceram, e foi uma das poucas vezes em que eu acho que a gente se divertiu tanto colocando as músicas quanto as pessoas que ouviam (e dançavam, ou pulavam).

Mas aí você vem me dizer que talvez "Nirvana" seja só um apelido e ainda que ter um apelido desse seja melhor do quê "Cumpádi Uóshito", "Jacaré" ou "Molejão", o ideal é que Nirvana esteja na certidão de nascimento do nosso atacante! Porque as opções de análise e interpretação dos motivos que levaram a isso são muito mais interessantes que um simples apelido, que se resumiria a: ele é cabeludo ou gosta do Nirvana. Ainda assim, repito, melhor que os apelidos remetentes a estilos hipomusicais. Mas de antemão, eu simpatizo com os pais do Nirvana, mesmo se a coisa não tiver nada a ver com a banda de Seattle e tudo com ideais hippies e baboseiras quetais, mas acho que não... fosse o caso, o nosso Nirvana não estaria jogando bola no Bentão, e sim, dançando sapateado irlandês na Mônica Minelli ou algo que o valha.

Isso de colocar nomes em filhos me remete aos tempos em que eu tinha algo como o pior emprego do mundo, sendo ASPONE na Telegoiás pra pagar a minha faculdade, e uma das minhas fascinantes funções era emitir guias de consulta para o plano de saúde, quando rolou o seguinte diálogo:

- Iago, seu filho chama Iago? Que bacana!
- Pois é, minha mulher que escolheu.
- Ela gosta de Shakespeare?
- Ela gosta DE QUÊ?
- Shakespeare, é o nome de um personagem de Otelo...
- Não, Randall, é o nome do cigano da novela da Globo!

O que me fascina nesse diálogo é que eu não só fui muito criticado pela minha namorada da época pelo fato de que "o rapaz não tinha a menor obrigação de saber sobre uma peça de Shakespeare" (ou seja, subliminarmente, eu teria a obrigação de saber das novelas da Globo e seus ciganos), mas a maneira categórica como ele definiu a origem do nome do seu rebento. Que Skakespeare o caralho, né?

De novo, agora com gosto: "Oh well, whatever, nevermind..."

Quero imaginar que o nosso Nirvana tenha 19 anos, portanto, nascido em 92, ano em que Nevermind estourou, portanto, grandes possibilidades de ter sido gerado entre os primeiros acordes de guitarra de "Smells Like Teen Spirit" e a parte mais melancólica de "Come As You Are" (vai por mim, dá tempo, não são nem 12 minutos, sô)! E sim, eu tenho essa mania de achar que pessoas com bom gosto musical são bacanas e ponto, mas aparentemente, estou ampliando essa visão destorcida da realidade para criar um outro axioma: pessoas com bom gosto musical, além de bacanas, colocam nomes descolados nos filhos e esses se tornam o Messias que conduzirá o São Bento à segunda fase da A-2, estava escrito!

Ganhamos fora de casa ontem do Rio Branco de Americana, 2 x 0 com sobras e um pênalti perdido, Nirvana não fez nenhum gol, mas tenho certeza que foi fundamental para a construção do resultado.

Yeah!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Bentão, falhei com você! Ou não...

Sábado era dia de ir ao CIC ver a estreia no 2º Turno da A-2, ainda mais depois de ter meio que me portado de forma não simpatizante ao lance do torcedor que não arregaça as mangas, só que não rolou. O Duda não quis ir de jeito nenhum, não houve o que o tirasse de casa e eu até que o entendo. Tudo bem que ele está muito novo pra isso, mas ele quis simplesmente ficar na sua poltrona assistindo Toy Story 3 pela pentelhonésima vez! E eu devo dizer que também não envidei os devidos esforços e bons ofícios no sentido de demovê-lo, dormi semi-criminosamente enquanto o Azulão ia pra cima de um dos líderes do campeonato E GANHOU!

E aí, surge como inevitável a oportunidade de revelar a minha notória fama de pé frio. Não sei se eu concordo, mas no caso do São Bento, é um caso a se pensar depois da surpreendente vitória de sábado, que nos distanciou da zona de rebaixamento e reacendeu, ainda que de forma cautelosa, uma esperança de classificação para a próxima fase. Para acreditar nisso, basta você não ler muita notícia sobre o time, esses detalhes ínfimos de salários atrasados, comida ruim, jogador sendo despejado com a família do hotel onde residem, coisinhas miúdas, de pequena monta, né?

Como é que alguém pode se dedicar com um mínimo de excelência ao ofício de jogar bola, se recebe uma ligação da mulher na concentração, avisando que vai ser despejada? Ou sem receber salário? Comendo mal? Porque eu vou te dizer, a menos que seja um idiota como o Viola, que em Valência reclamou da qualidade da comida, quando o jogador chega ao ponto de reclamar disso, é porque a coisa tá feia! Muito feia! Até acho que um dos tópicos a ser tratado pela Associação dos Torcedores que está para ser criada poderia ser: levar um jogador depois do jogo pra comer um lanchão de pernil, assim já alivia pelo menos o rango de um dia...

Brincadeiras à parte, acho muito legal que exista essa movimentação toda, principalmente por ser feito por um pessoal jovem, já identificado com o time da cidade e com um propósito futebolístico em mente. Bora que dá, Bentão, vamos estender esse prazer em pelo menos mais uma fase!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Torcedor do São Bento Arregaça as Mangas!

E eu não sei se eu concordo com isso não...

Quer dizer, me desculpem, deixa eu reformular isso, pois não cabe a mim concordar, isso seria entrar demais na seara da "vida dos ôto", por isso eu digo de forma mais específica: não embarco nessa não. Esse tipo de coisa me lembra bem a festa de formatura da minha cunhada, rolou uma briga causada por um ex-amigo nosso e envolvia um motivo cretino, todo mundo se envolveu, foi lá pro meio da confusão e quando eu começava a me sentir um tanto pusilânime, olhei pro lado e vi o Giba, que também estava se formando, na mesma posição que eu, lá na mesa dele. Gestualmente, perguntei se ele não ia no rolo e "dedualmente" ele fez que não, para depois mandar aquele gesto-símbolo da paz, sabe qual é? O das mãozinhas cruzadas pelo polegar...

E eu não vou lá debater os problemas do São Bento não, porque simplesmente não é problema meu e estou muito bem resolvido com isso. Eu sou torcedor e torcedor senta a bunda no estádio pra torcer. E só. Quer dizer, acho do caralho essa galera abnegada que vai lá, se reúne, debate e tenta fazer alguma coisa para ajudar o São Bento a sair desse buraco, de verdade! Se surtir algum efeito, assumo aqui o compromisso de sempre enaltecer esse esforço, mas não contem comigo.

E outra: não venham dizer que eu não sou digno de ser chamado de torcedor, porque me limito a torcer e reclamar, até porque eu nem reclamo muito, se você considerar o quanto esse time merece as mais veementes reclamações! Eu torço, os dirigentes dirigem, o treineiro treina, os jogadores jogam e assim a coisa funciona, cada um no seu quadrado, pelo menos sempre foi assim pra mim. A minha parte seria mais no sentido de não ser canalha e abandonar o time "porque não ganha nada" e tentar convencer os outros a também fazer o mesmo.

No mais, todo o meu respeito ao pessoal que foi debater ontem, e que as coisas melhorem a partir de amanhã contra o Guarani, primeira partida do segundo turno rumo à manutenção na A-2!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O São Bento abriu mão...




Descobri porque o São Bento não jogou hoje: humildemente, não quis fazer concorrência para um dos melhores jogos que já vi na vida, Arsenal X Barcelona.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

2 Vitórias, 1 Empate, 6 Derrotas

Eis que perdemos para o time dos funcionários da empresa de energéticos que te dá asas e isso me faz pensar no "outro time" da cidade, que nem me atrevo a chamar de Atlético, por respeito ao original de Minas. Nada contra o direito das pessoas montarem times, seja Red Bull, Pão de Açúcar, Palmeiras B ou o Raio Que O Parta FC, deve ter até guarida na Constituição esse direito de montar time, sei lá; o que me intriga demais da conta é: o que leva alguém a torcer para uma esquisitice dessas? Isso faz com que eu me lembre dos anos 80, quando os grandes clássicos de vôlei eram disputados entre Pirelli x Atlântica, e os de futsal, entre Banespa x Perdigão. Alguém torcia de verdade para esses times? Quer dizer, deve ter o orgulho citadino envolvido, mas ainda assim, vejo faltar uma identificação. Lembra o Paulista, de Jundiaí? Que já chamou um monte de coisa, inclusive Etti e a Globo não falava o nome do time porque não pode fazer propaganda, olha que beleza!

Mas vamos falar do outro time daqui da gloriosa Manchester Paulista, mas antes, um "aliás" referente à Manchester Original, do New Order, Smiths e Stone Roses: sei que é aparentemente mais cool e tem a coisa dos irmãos Galagher torcerem pra eles, mas me parece uma coisa muito Los Angeles Clippers isso de torcer pro City ao invés do United. Como torcer pro outro time daqui de Sorocaba, não consigo entender porque! No caso do City, parece que existe uma simpatia de todo mundo que odeia o United, fato agravado pelo tanto de títulos que eles andaram ganhando sob a batuta de Sir Alex Ferguson, além do lance de serem ricos e bacanas. Por ali, passaram Cantona, Beckham, Keane, Giggs, Scholes, Rooney, Cristiano Ronaldo e tantos outros jogadores que qualquer um gostaria de ver no seu time, e isso é difícil de engolir!

Sei, mas e aqui em Sorocaba, será que o São Bento provoca algum tipo de sentimento semelhante? Pode ser difícil de acreditar, mas já ouvi um tipo de bobagem assim, de que o São Bento é o time da "elite", e o cara torce pro outro porque é o das classes humildes... entendi... o time do Reverendo da Coreia? É isso mesmo? Esse é o representante dos descamisados e desfavorecidos MESMO? Sem falar nesse orgulho de ser pobre, esse prazer em se dizer "da favela" que me irrita demais, pois tirando o Adriano, não conheço ninguém que sai da favela e volta por vontade própria. E aí, pra reafirmar esse estilo de vida cheio de orgulho, nada como torcer para um time que seja oriundo da favela, até concordo, mas não seria primordial que as origens do time fosse realmente essa?

Enfim, consigo entender quem cerra fileiras com os preceitos ideológicos, filosóficos e teológicos do Reverendo torcer para esse time, pois me parece a única afinidade justificada, já que o time de Sorocaba é o São Bento! Não importa a posição na tabela nem a atual penúria, se você encontra qualquer pessoa pelo Brasil que gosta de futebol em níveis mais sérios e diz que é de Sorocaba, de qual time a pessoa se lembra? São Bento, não tenho a menor dúvida!

Segue o São Bento na sua luta contra o rebaixamento, depois de duas vitórias, um empate e seis derrotas no primeiro turno da primeira fase. Dessas 6, 3 eu vi em casa e não fiquei nada animado com o que eu vi, o que não significa que vou parar de ir. Porque vale a pena e porque eu não sou o típico torcedor babaca que só lembra que o seu time existe quando ele ganha. O papel do torcedor é torcer, estar lá quando seu time joga e ficar puto ou feliz conforme o resultado, mas jamais nortear a sua conduta conforme a performance da equipe. Uma das minhas maiores fontes de inspiração quando escrevo sobre futebol é o livro "Febre de Bola", do Nick Hornby, e sobre esse assunto, ele diz algo mais ou menos assim:

"Ser torcedor do Arsenal não é uma qualidade, está mais para um defeito físico, como uma corcunda. Não dá pra se livrar dela. É algo quase mais indissolúvel que o casamento, pois, ainda que seja possível o divórcio, simplesmente abandonando o time, é impossível você imaginar um torcedor do Arsenal fazendo uma farra extraconjugal no campo do Manchester ou do Chelsea".

Falando por mim, não acho possível isso de abandonar um time, desde já excluídos aqueles que torcem pelo Brasil na Copa e se dizem torcedores do São Paulo quando eles estão indo razoavelmente bem na Libertadores. Fora esses, por mais que a falta de tempo e o acúmulo de obrigações (profissionais, familiares, paternas) o afastem do seu time do coração, ainda assim você tentará correr atrás de uma notícia na internet, os Gols do Fantástico (saudade!) ou uma notícia no jornal de segunda feira. Nós somos assim... e não vamos mudar, acostumem-se! Por mais que o São Bento, o Palmeiras, o Arsenal e tantos outros tentem nos mostrar que estamos errados...

Quarta feira é contra o Guarani, time que já foi campeão brasileiro e causa estranheza sua presença na A-2 do Paulista. Os prognósticos são os piores possíveis, mesmo assim, estaremos lá onde é o nosso lugar, sabendo o que nos espera.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Blog de Verdade!

Eis que eu descobri um blog de verdade mesmo pra quem quiser ler com mais vagar e profundidade sobre o São Bento, com seriedade sem perder a verve e riqueza de informações:

www.vamossubirbento.com.br

Muito legal e com vários comentários, acabei ficando mais animado com relação ao Bentão, apesar da desanimadora situação do time.

E foi lá que eu achei esse quadro bacana com os escudos do time ao longo do tempo, recomendo a leitura.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Já vai, Serrão? Tá cedo...

O técnico pediu o boné. Não, não foi demitido. Talvez pelos motivos expostos ontem, da inviabilidade de se demitir alguém que não está recebendo salários e ter que contratar alguém mesquinho que fará esse tipo de exigência. E aí eu imagino que deve passar pela cabeça do profissional algo que, na falta de melhor palavra, deve ser a DIGNIDADE. A raiva de ver o seu nome atrelado a algo de qualidade tão baixa quanto a campanha desse time do São Bento.

Eu só acho que ele poderia pular a parte da "diretoria omissa" e coisas do tipo, pois, da mesma forma como ele pode ser isento de culpa por falta de material humano, será que não seria o caso de calçar os sapatos da diretoria e pensar no caso de falta de material monetário? Veja bem, estou só fazendo um exercício de reflexão, pois a minha levianíssima opinião de leigo é que o técnico é horroroso e a Diretoria uma bosta! Quem contratou esses jogadores que estão aí dando vexame? O Serrão foi consultado, avalizou, ou chegou e pegou esse caminhão de coca-cola descendo a ladeira sem freio?

Mas e agora? Bom, eu me lembro bem lá nos Anos 80, acompanhando os campeonatos estaduais pelo tabelão da Placar, e sempre, do meio pro final, o João Avellino assumia algum time pequeno do interior que estava perigando cair, e salvava! Sortilégio, macumba, coincidência, competência, whatever, o fato é que ele chegava e resolvia: o time não caía! Mas a gente tem chance de cair?

Olha, a gente está ali no bico do corvo, só a frente do Palmeiras B e do Rio Branco, correndo sério risco! Aliás, nada mais esclarecedor do que essa tabela da A-2: só ganhamos de quem está atrás da gente na tabela! Por esse prisma, dá até pra considerar um bom resultado termos empatado com o União Barbarense, que está tentando brigar lá em cima - e ainda acho "esquisito" o resultado contra o time dos funcionários do Pão de Açúcar! Esse jogo era pra ter ganho, nos daria mais tranquilidade e uma posição melhorzinha na tabela, na melhor das hipóteses.

Bom, próximo jogo é contra os funcionários da Red Bull, mesmo número de pontos que a gente, acho que dá pra ganhar. Melhor dizendo: TEM QUE GANHAR, pois agora já ficou claro que a nossa briga é pra não cair, temos 10 jogos pra isso! Se eu vou falar alguma coisa sobre o jogo de ontem?

Então, não sendo um comentarista de futebol, na acepção do termo, acho meio irrelevante, afinal de contas, nós perdemos pro líder do campeonato, portanto, nada mais coerente. Eles perderam um caminhão de gols e nossa melhor chance foi um chute do incansável Steve que o goleiro deles rebateu de um jeito esquisito e ela foi na trave. Foi quase a "bola do jogo", era o comecinho do segundo tempo, poderíamos ter empatado e as quase mil pessoas presentes no CIC se animaram - até o Duda, que anda dando claros sinais de impaciência com o programa que o pai dele inventou -, mas na sequência um imbecil foi expulso por causa de uma entrada violenta e a coisa complicou. Com 10 fica foda, mas eis que o cabeludinho arisco resolve trocar uns tapas com o companheiro de equipe e leva o vermelho também, ou seja... foi uma sequência patética, parecia aqueles filmes do Trinity, quando o Bud Spencer, ao invés de brigar, simplesmente fica segurando a cabeça do adversário com o braço esticado, e ele fica dando socos no ar desesperadamente!

Foi isso, só faltou o gordão barbudo amigo do Trinity morrendo de dar risada, enquanto esse gordão barbudo amigo do Giba voltou pra casa derrotado e sem chopp de trigo do Moinho Velho, porque tinha uns compromissos familiares pro meio que inviabilizaram aquela que deveria ser a melhor parte da noite. Assim tá foda, São Bento, tá foda!!!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Espantosa Solércia dos Dirigentes!

Tá, é um tema que me irrita mesmo em mesa de boteco, quanto mais nos lugares pseudojornalísticos, até porque isso de botar a culpa nos dirigentes é tirar a coisa tão de dentro das 4 linhas que começa a ficar até sem graça. Mas pelo que a gente escuta (e lê e deduz), esse pessoal do São Bento anda abusando. Claro que a origem dos problemas começa no fato de montar um time ruim. Péssimo. Ridículo! Você pega o elenco e vê ali todo mundo na faixa dos 25 a 27 anos, em sua grande maioria. Mau sinal... sim, mau sinal, pois em tese, o jogador nessa idade está em algo como o ápice de sua carreira, e se o ápice da carreira dele está ocorrendo no São Bento, fodeu!

Gente, não se trata de preconceito nem nada, mas todo mundo sabe que na A-2, você tem que ter um monte de moleque babando e com fome, de 18 a 20 anos, mais uns dois ou três veteraníssimos com mais de 35 que já sabem os atalhos do campo (clichê, oi?) pra dar uma mescla legal. Ok, hoje em dia esses veteraníssimos com mais de 35 estão ganhando petrodólares no Oriente Médio (aquilo que o PVC quase surta quando alguém chama de "mundo árabe") ou disputando a Primeira Divisão do Paulista por um grande da Capital, mas mesmo assim, deve ter algum Esquerdinha, Adãozinho ou Ademar dando sopa por aí.

Mas aí, você pega esse time ruim e pra ajudar, atrasa os salários! Coisa pouca, só de dezembro pra cá, nada que mate alguém de fome, né? E aí, eu realmente adoro quem chama jogador de mercenário porque o cara não joga direito SÓ porque não tão pagando os salários dele! Só por isso, imagina! Alguém aqui já trampou sem receber salário há 3 meses? Atravessas 3 quintos dias úteis sem nada na conta? Fantástico, né? E nem é a questão meramente motivacional, tem o lado psicológico, se o cara é casado eu imagino o inferno com a esposa - se não é, deve ter o pai falando que ele deveria ter sido caixa de supermercado e assim por diante!

Ah, qual a primeira providência a se pensar com time ruim? Demite o técnico! Mas demitir um técnico que tá aí, tranquilão, há 3 meses sem receber salário? E se o que vier for exigente e mercenário, todo querendo receber pra trabalhar, já pensou ter que lidar com gente desse jaez? Deixa o Serrão lá, que segundo o Fefas, tem como maior feito no currículo botar o Falcão no banco numa das interinidades que assumiu nos Menudos do São Paulo. Agora, fala sério, um interino tem peito pra botar o Falcão no banco? Além de tudo, é "conversadô fiado", como dizia o meu pai.

Estamos então, num mato sem cachorro? É... acho que sim. Mas a diretoria, sabedora das necessidades da torcida, lançou uma revolucionária, original e bombástica campanha para o jogo de logo mais contra o XV de Piracicaba (um dos ponteiros do campeonato, portanto, possibilidade dos mais variados suplícios): mulheres e crianças de até 10 anos não pagam! Sério, onde esses caras vivem, EM QUE PLANETA? De onde eles tiraram que o único fator que afasta as mulheres dos sofredores Sãobentistas é o preço do ingresso? Aliás, 30 paus por uma cadeira pra ver esse time aí? Aliás, 30 paus uma cadeira pra ver um jogo de futebol é meio fora de propósito de qualquer maneira, mas nem é esse o caso... qual o efeito que eles esperam? Que papinho é esse de atrair as famílias para o estádio? Será que eles não sabem que nós, esses pobres abnegados que nos dedicamos a assistir os espetáculos de horror que são os jogos do São Bento, enfrentamos praticamente uma inquisição em casa quando falamos o resultado dos jogos? Será que eles realmente pensam que nossas mulheres, putas de raiva por esse "compromisso" assumido com um time, irão simplesmente aderir à nossa causa?

Porque trazer jogador, que é bom... mas nós estaremos lá de novo, claro! E já que não podemos fazer nada que mude o "durante", pelo menos o problema do "pós" será resolvido, com um bar adequado e chopp de trigo da melhor qualidade, pois ao menos isso a gente merece!!!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Valeu, Palmeiras!


Estava hoje com o Giba, corintiano e sãobentista de categoria plena, e ele me falou que ia fazer barba e bigode pra cima do Parmêra hoje, e não deu outra!

São Bento 2 x 0 Palmeiras B.

Como eu digo sempre, futebol é o melhor supérfluo para o essencial: a boa companhia!

Domingão bão de atravessar...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Não dá pra ficar pior!

Você já falou isso quantas vezes na sua vida? E quantas vezes a vida se encarregou, pessoalmente, de provar o contrário? Eu não aprendi grandes coisas, mas se tem uma coisa que eu sei é que TUDO pode piorar.

Depois de quarta feira, acho que isso precisa ser revisto, pois simplesmente não dá pra acreditar/conceber/imaginar que esse negócio de acompanhar o São Bento na A-2 possa piorar. Antes de ir pro jogo, a Laura perguntou contra quem iríamos jogar:

- Pão de Açúcar.
- O supermercado?
- É.
- É o time dos empregados do supermercado?

O espanto dela era quase uma arma para futuras argumentações acerca do propósito e significado dessa minha nova... digamos, "mania". Sim, pois quando você se dedica a algo desse jaez, prevê que, eventualmente, um jogo do São Bento irá chocar com algum aniversário de uma tia desinteressante, portanto, nessa hora, pesa contra o fato do jogo ser contra os empregados do Pão de Açúcar.

Mas não era, infelizmente. Era contra um time de verdade, bem armado em campo, aprontando correria desde o início e acabamos apanhando "que nem bode na horta". Levamos 3x0 em casa, e o nosso goleiro fez defesaças, sofremos bolas na trave e o bandeira aliviou um gol legítimo deles, ou seja, era pra ter sido mais. Portanto, do ponto de vista futebolístico, não poderia ter sido pior. Fora isso, o Duda resolveu ir 3 vezes ao banheiro (2 xixis e um cocô), e se você não é pai, não imagina a mão de obra que acarreta levar o filho de 3 anos a um banheiro de estádio de futebol - com o agravante de ser casado com uma pessoa com ambições neuróticas e psicopáticas em termos de higiene, capaz de instalar câmeras no banheiro do CIC pra conferir se estou "fazendo cadeirinha" pro Duda não se sentar no vaso fétido! -, pediu sorvete e fez toda a bagunça possível envolvendo o derretimento da guloseima, e ainda rolou uma briga perto da gente. Sim, num jogo com público pagante de 543 pessoas, conseguiram arrumar confusão! Aparentemente, um dirigente do São Bento ficou puto com a justificada ira de alguém e falou algo do tipo "não tá gostando, pra quê veio?" e aí, mais pessoas ficaram putas (com toda a razão).

É muita coisa pra Laura começar a implicar, saca? Jogo contra empregados de supermercado, banheiro nojento, BRIGA - e não adianta explicar que foi muito mais um ataque de pelanca do que qualquer outra coisa, BRIGA EM ESTÁDIO sempre vai ter a conotação que as pessoas que não frequentam estádio possuem -, a decretação de ambiente insalubre para o Duda seria o primeiro passo para futuros vetos.

Mas a coisa tava numa mistura de comercial de facas ginsu com Joseph Klimber, pois achamos por bem tomar uma - AO MENOS UMAZINHA - para digerir a derrota. Sim, desculpa mais do que esfarrapada, mas a essa altura do campeonato, nos achávamos no direito de tomar uma gelada! Direito que nos foi negado pelo estabelecimento escolhido, ao nos servi-la QUENTE. Cerveja quente é falta de respeito das mais graves! E começou a tocar Fernando & Sorocaba. E não tinha monitor no Kids, o Duda ficou impaciente. Fomos embora pra casa e o Giba, meu parceiro na empreitada, Corintianaço, me manda um e-mail no dia seguinte:

"Randa, levei 5 gols ontem, não fiz nenhum, meu time foi eliminado pelo Tolima, não consegui tomar uma cerveja gelada nem ouvir música que presta, o que mais pode piorar na vida de um homem assim?".

Não dá pra piorar!

Mas alguém tem alguma dúvida que estaremos lá na próxima partida do Bentão?

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

"Pai, o São Bento perdeu?"

O Duda me fez essa pergunta tão logo o juiz apitou o final do jogo e as pessoas começaram a se levantar pra ir embora. Essa pergunta me fez pensar, especificamente, na capacidade dele de entender, se envolver e apreender o que está acontecendo à sua volta. E eu acho que é muito mais do que eu eu imagino, pois no dia seguinte à sua estreia, ele deu um relato minucioso sobre o que tinha no estádio:

"Eu fui no jogo do São Bento, e o São Bento ganhou; tinha batuque; quando faz gol a gente levanta assim, e quando o jogador erra a gente grita BURRÔ..."

Ele ficou verdadeiramente empolgado. Ninguém precisaria ir muito longe para diagnosticar que tinha adorado a experiência e estava disposto a repeti-la quantas vezes fosse necessário. Porém, no intervalo do dérbi sorocabano de domingo, ele queria ir embora. "Tá chato", sentenciou ele. E tava mesmo. A atmosfera era outra, pra início de conversa... o mando não era nosso. Eu não sou daqueles fanáticos pelo espírito de arquibancada e fui criado nas cadeiras numeradas, mas a coisa tava esquisita. O barulho Sãobentista estava longe. Tinha lá o batuque, mas do outro lado do estádio. Perto da gente, nada, a não ser um babaca vociferando babaquices a favor do Atlético. Tava chato, o Duda tinha toda a razão. E a gente ainda estava perdendo...

Ontem, fiquei me questionando sobre o lance de torcer para um time de azul, cujo adversário se chama Atlético e o mascote é o Galo. Porém, basta olhar a camisa deles, eleita a mais feira do mundo, para me sentir confortável de novo. Ser São Bento em Sorocaba é algo quase natural, coerente, não consigo entender o que leva alguém a, num determinado momento, torcer para o Atlético Sorocaba. Um time que surgiu do nada, tem uma origem estranha, e torcedores ainda mais.

Começamos o jogo melhor do que terminamos contra o Rio Branco, quando fiquei bastante preocupado. Entrou um cabeludinho arisco com a 7 e um carecão com a 9, um pouco robusto demais pro meu gosto, mas fazendo um pivô interessante - apesar de que eu prefiro um 9 que faz gol do que um 9 que faz o pivô. Pablo, nosso camisa 10 artilheiro nem via a cor da bola, e o 6, lateral esquerdo e capitão do time, segue uma lástima. Putz, o cara é destro! Desde o Júnior, gênio da raça, tem gente que acha que é simples isso de ser destro e jogar na lateral esquerda, mas se você não é o Júnior, esqueça! Mesmo assim, o time fazia algumas jogadas com o 7 cabeludinho e o 9 pivozão, enquanto a bola não chegava no 11 e dava em nada, ou o 6 se apresentava e dava em algo pior que nada. Mas, ainda assim, o time estava melhor. E o Atlético, que não fez absolutamente nada nos primeiros 45 minutos, encaixou um contra ataque nas costas do nosso lateral direito e uma bola cruzou toda a nossa área até encontrar o pé de um contrário que a empurrou pro gol. 1x0 pra eles e o Duda querendo ir embora...

Mudamos de lugar e a coisa melhorou, inclusive fizemos um gol logo no comecinho, numa cobrança de escanteio que o 11 horroroso escorou. Mas nem deu tempo de comemorar (olá clichêzão, como vai?) e eles passaram à frente de novo, numa jogada idêntica, só que pelo outro lado. Nas costas do 6 maldito, no caso? Não, pois o técnico fez mais uma vez a inversão, colocando o 6 pra jogar na direita, mas aí ele tirou o 9 e o 7 cabeludinho deixou de abrir, o time ficou uma bosta e talvez eu esteja sendo injusto com o técnico, mas se houver alguém que seja o responsável por essa nova postura no segundo tempo, coloco a culpa nele e isento o nosso treineiro, que a priori, me parece o grande culpado de fazer o time jogar tão "esquisitamente". Já falei que o 6, nosso pior jogador, é o capitão do time? Pois é...

Mas a gente martelou bastante, tomou muitas bolas no meio campo graças ao Steve, nosso 8 camaronês, um armário incansável que se mantinha a todo vapor mesmo com o jogo ao sol das 11 da manhã. Steve roubava as bolas, dava carrinhos providenciais, ganhava disputas pelo alto e a gente se armava de esperança de que alguma coisa boa estava para acontecer, mas a bola ia pros pés do 6 ou do 11... uma boa jogada do 7, que cruzou na medida para o horrível 18 cabecear pra fora foi a nossa melhor chance no segundo tempo, apesar de inúmeras "quase chances", boas a ponto de fazer o Duda se empolgar com os "Uuuuuuuuuhhhh" e mãos à cabeça em torno da gente e não querer mais ir embora.

Bom, não precisa ser nenhum especialista pra sacar que 4 pontos em 5 jogos não nos deixa numa puta situação bacana. Classificam-se 4 de 10, mas começo a pensar que tem o rebaixamento também, embora ainda seja cedo para definir pra que lado a gente realmente vai. Ainda assim, o que a gente precisa é vencer o Pão de Açúcar na quarta feira, onde lá estaremos pro que der e vier, com a triste constatação de que, atualmente, somos o segundo time da cidade...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pablo não marcou...

...ou seja? Bom, considerando que o União Cavanhaquense deve ter demonstrado um nível de inoperância e incompetência equivalente, a partida ficou no 0x0, péssimo resultado! O Giba me liga no instante em que o árbitro apitou e diz "zero a zero, perdemos um monte de gols, fomos superiores o jogo todo..."

Com o perdão do açodamento, mas desse jeito não vai dar! Assim não vai rolar! Empatar em casa com equipes morféticas é pedir pra permanecer na A-2 (na melhor e mais otimista das hipóteses!), e não estou com saco pra discutir com seres oriundos de Santa Bárbara D'Oeste pretendendo contestar o status morfético do seu time. Não tenho paciência pra discutir com certo tipo de gente:
- Gente que acha o Luciano Huck sensacional.
- Gente que acha que Exaltasamba é diferente dos grupos de pagode da barata.
- Gente que acha que o Senna era melhor que o Schumacher - esse é o pior! Como o Senna pode ter sido melhor que o cara? Ele ganhou 3 títulos e ainda por cima morreu! Ficar vivo é uma competência básica para um piloto de Fórmula 1, nem isso ele conseguiu!

Mas enfim, já disse alhures que o Litoral Sul é uma bosta e ponto, portanto, não vou perder o meu tempo discutindo com a memória afetiva de sorocabanos que perderam a virgindade num reveillón em Mongaguá. Por isso, o União Cavanhaquense é morfético, pois não conseguiu sequer ganhar do São Bento, que é um time ruim. É ruim mas é o meu time, vem me chamar de morfético pra você ver!

Domingo tem o dérbi e isso deveria bastar para imbuir os bravos jogadores do albiceleste da Manchester Paulista de alguma espécie de orgulho ou brio e vençam esse jogo, pelo amor de Deus! Quero acreditar que minha presença e do Duda pé quente no estádio trouxe alguma má sorte ao Bentão, por isso, domingão estaremos lá, 10 da matina, com todo o sol que Deus manda e quiçá, um prossegue com Mestre Giba pra comemorar. Comemorar qualquer coisa, nem precisa estar relacionada ao jogo, que fique bem claro!

Vai lá, Bentão!

Pois é, perdemos uma partida fora, 2x1 pro São José daquela cidade que serve como parâmetro - "estamos chegando na praia". E é tudo o que eu sei a respeito desse jogo. Ah, sei também que foi o Pablo, nosso intrépido camisa 10, quem fez o gol, ou seja, parece que só ele pode marcar pra gente. E essa derrota, nos deixou com uma missão meio inglória: ganhar os próximos 3 jogos que faremos em casa: contra o União Agrícola Cavanhaquense, hoje, o dérbi de domingo e no dia de Iemanjá contra o Pão de Açúcar. 9 pontos para entrar na briga!

Só que hoje, eu e o Duda estamos vetados pelo Departamento Médico, presidido, conduzido e fiscalizado pela Laura (minha esposa). Tivemos uma crise terrível de sinusite no final de semana, e ainda estamos naquela fase de convalescença. Eu até conseguiria ir no jogo sem maiores riscos, mas não quero me ver, daqui a muitos anos, ter que pagar terapia para o Duda superar o trauma de ter sido deixado em casa num jogo do São Bento. Eu não superei até hoje isso o que o meu pai fez comigo nas quartas de final do brasileiro de 83, contra o Santos, porém, essa rusga haverá de ser resolvida a posteriori, na Comarca da Eternidade.

Por isso, como simplesmente não consigo mais ouvir um jogo pelo rádio, o máximo que posso fazer, de novo, é mandar o mó dos "vai lá, Bentão, é nóis!" e torcer pra tudo dar certo! Mas no dérbi de domingo, estaremos lá, de azul, pro que der e vier, com direito a passada estratégica na padoca do Flavião pra comer um pão na chapa!

Que Pablo nos guie hoje, mais uma vez!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ganhamos a primeira!!!



Sorocaba, 19/01/11 - São Bento 2 x 1 Rio Branco

Ganhamos a primeira! E é o que importa! Sim, eu sei que o futebol arte e o espetáculo blá blá blá blá Whiskas Sachê, mas no final das contas, o que vale são os 3 pontos, sempre! E olha que foi sofrido... Mas antes que você me corrija, eu sei que esse foi o nosso segundo jogo no Campeonato, quando eu digo que vencemos a primeira, me refiro ao meu plano estratégico: temos 9 jogos em casa na primeira fase, e precisamos ganhar as 9. Simples. Por isso, perder pro Guarani em Campinas tinha que estar na contabilidade, assim como a vitória de hoje sobre o Rio Branco, em casa.

Análises táticas, técnicas e quetais, perderão em importância para o fato de hoje ter sido a estreia do Duda em estádios de futebol. E ele foi bem, ao contrário do São Bento! Mas o cenário, como um todo, ajudou bastante. O estádio estava relativamente cheio, mas gostaria de entender a solércia de quem decide que METADE do estádio precisa ser reservada para 14 integrantes da torcida visitante. Isso proporciona a impressão de um estádio cheio, por outro lado, faz com que você veja um enorme vazio de concreto do outro lado. Eu não me importaria em assistir do lado de lá, mas hoje, foi legal ver o Duda compreendendo o conceito de GOL no estádio, a dinâmica de se levantar, vibrar... no primeiro gol ele se assustou, mas no segundo, já parecia completamente à vontade! Mais a vontade ainda quando um jogador fez mais uma de inúmeras cagadas e ele não se fez de rogado: BURRO! - Gritou corretamente.

Uma coisa que me constrangeu foi o amendoim. Aquele tradicional, roots, com a casca, que você tem que quebrar e mandar pra dentro. Acontece que, quando eu me envolvia com isso, não havia essa consciência social em torno de sujeira, e fiquei bem encanado em proceder como antigamente: transformar o chão embaixo de mim numa pocilga, com casca de amendoim numa abundância irritante.

O time, em si, é horroroso! Pelo menos foi essa a impressão que me passou, mas confesso que isso ainda não foi suficiente para me demover da intenção de comparecer às 9 partidas da primeira fase. Sei que é início de temporada e a tendência é evoluir, mas não foi bem o que eu senti. Pra começo de conversa, o pior jogador do time, o 6, é um lateral esquerdo destro que não consegue executar nenhum movimento futebolístico com a perna esquerda. E o que é pior: é o capitão do time! O 2 é igualmente ruim, e quando foi substituído, pensei em como deve ser a vida do rapaz que entrou, ou seja, é reserva do 2, horrível! Sugerimos que ele seja o titular no jogo que vem, mas os jogadores me pareceram tão iguais que, qualquer que seja o cidadão envergando a camisa 2 no próximo jogo, não vai me passar a impressão de que houve ou não a mudança.

O 9 é bem rápido e se movimenta bem, mas a bola o atrapalha um pouco. O 11 tem as características do Rincón e do Asprilla. No caso, junta as piores características dos dois, sem absolutamente nenhuma das qualidades. O 8, que deveria ser o cara a organizar, com elegância e inteligência, as jogadas, acertou o primeiro passe lá pelos 15 minutos do segundo tempo. E o 10 fez os dois gols. O primeiro, digno de uma cena dos Trapalhões, basta dizer que o becão adversário fez um corta luz para o nosso atacante, que errou o passe, sobrando pro 10, que errou o chute, mas o goleiro falhou e a bola sobrou pra ele em frente ao gol vazio. Sei que a lógica dos acontecimentos seria ele errar o gol, mas a bola entrou. Tive que interromper a gargalhada pra comemorar, depois acudir o Duda que não tava entendendo nada. O segundo gol foi bem mais normal: o 9 acertou um cruzamento sabe-se Deus como, o 10 cabeceou devagar e o goleiro demorou uma eternidade pra ir na bola, que entrou no ângulo. 2 x 0, o Duda levantou e comemorou, totalmente familiarizado com o ambiente!

No segundo tempo, levamos uma bola na trave no início, mas voltamos melhor. Até fizemos uma jogada, que o goleiro defendeu milagrosamente. Depois, o Rio Branco foi melhorando e diminuiu, mas eu confesso que isso não era o que mais me preocupava, e sim, aquelas terríveis nuvens negras sobre nossas cabeças, cabeças essas que decidiram ir de arquibancada descoberta, ou seja...

Não choveu, o jogo terminou e a gente venceu. Paramos pra tomar uma cerveja e o Duda ligou pra contar pra Laura como foi. Pus ele pra dormir, que ainda perguntou: "Pai, quando a gente vai no estádio ver o São Bento de novo?". Valeu a pena. Meu pai, onde quer que ele esteja, adoraria ver a gente saindo do estádio, o Duda nos meus ombros...

É Hoje! Começa a arrancada!

Então é hoje come que começa a grande arrancada em direção à primeira divisão do Campeonato Paulista! Na verdade, começou no fim de semana, com um 0x3 frente ao Guarani de Campinas, mas isso foi antes do albiceleste da Manchester Paulista contar com a minha torcida, do Duda e demais asseclas! Para o jogo de hoje, já arregimentei mais dois canalhas pra me fazer companhia, além de ir com um outro que já iria de qualquer maneira, estou construindo minha própria escumalha, um dos objetivos indiretos desse meu projeto.

Claro, a mudança na rotina foi dar uma olhada no jornal local, ao menos para conferir escalações e possíveis novidades, mas pelo jeito, estamos dependendo de trâmites burocráticos para escalar os reforços e o técnico deu um "prestenção" de 40 minutos depois da derrota em Campinas. Fora isso, pela disposição dos jogadores na escalação do jornal, o técnico Serrão mandará a campo um revolucionário 3-4-3 com Henao; Rancharia, Leandro e Steve; Souza, Ronaldo, Anderson Fubá e Rodrigo Dias; Jefferson, Pablo e Ricardinho. Legal! Gostei dessa escalação, embora não conheça nenhum dos jogadores. Mas só de não ter nenhum nome com "W" já é um bom começo. Claro, tem um nome composto aí, minha mais nova implicância no atual cenário futebolístico, e no caso, estou falando do Rodrigo Dias, pois Anderson Fubá é mais que legítimo para um jogador de futebol! E tem o Rancharia, esse sim um autêntico nome de jogador, ainda mais se for beque, como parece, nome de beque! Só falta ter barba, como o mestre Hugo de León, aí seria a certeza e a tranquilidade de uma zaga inexpugnável, por que raios será que os becões deixaram de crescer barbas hirsutas a deixar suas caras de mau ainda piores? Outra coisa boa: nenhum "inho" na zaga, isso é mau sinal, todo lembra do Luizinho na Copa de 82?

Então, vamos à cancha, desde já torcendo pra não chover!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Exposição de Motivos...


Ou considerações iniciais?

Na verdade, decidi do nada. Do nada mesmo, tipo o Einstein criando a teoria da relatividade ou Deus criando o... bem, isso aqui tudo, lembra da música da Amelinha no Festival 80 da Globo? Não? Pois é, eu lembro. E é exatamente por ter essa memória privilegiada e esquizofrênica, que me lembro de coisas... olha, sei que a utilidade da minha memória é praticamente nula, pois outro dia, não conseguia me lembrar onde ficavam as ruas 10 e 12 em Goiânia, mas consigo me lembrar que o Menudo abriu o show no Serra Dourada com "Persecucíon".

O São Bento está na minha memória... foi lá no CIC que eu dei os primeiros passos para me tornar Palmeirense, quando ainda não tinha um time aqui em São Paulo e fui ver Palmeiras x São Bento pelo Paulistão de 86. Se eu me tornei Palmeirense devido a uma exibição de gala do Verdão? Olha, o arrivismo veste 3 cores, o que ocorreu foi uma vitória suada do time da casa, 1x0, gol do Edel, de falta. De longe! Foi a minha primeira vez num estádio pequeno, onde dava pra ouvir os jogadores, por isso, ouvi - aos berros - a solerte instrução do Leão para abrir a barreira! Claro, gol feito, ele se levantou de braços abertos e apontando os culpados de sempre.

Mas não foi por isso, nem mesmo pela experiência inesquecível de acompanhar um time desde o ônibus até a entrada em campo, passando pelos preparativos de vestiário, num amistoso que o São Bento foi realizar em Votuporanga, onde eu meio que morava com a minha vó. Foi 4 x 1 pro São Bento. Me lembro de 4 jogadores dessa época: o goleiro Mococa, o Cremílson, Nílson Andrade e o ponta esquerda Cacá. Pra mim, eram os maiores craques daquela época!

Fora tudo isso, tem os deveres paternos! O Duda chega aos 3 anos e sua educação precisa ser iniciada, impostergavelmente. Uma verdadeira relação pai & filho precisa da contribuição de arquibancadas de concreto, cadeiras amarelas ou qualquer elemento desse tipo, tudo misturado ao cheiro de milho verde cozido, pipoca, espuma de cerveja e amendoim torrado, além de sorvete de coalhada, claro! Se o Duda vai gostar? Olha, ele gosta até mesmo de "O Homem da Gravata Florida", uma das músicas menos interessantes do Jorge Ben, só porque eu gosto, então...

O blog tem a influência clara do Febre de Bola, livro mágico do Nick Hornby que me mostrou um espírito irmão e despertou a sede de me dedicar mais aos relatos futebolísticos. E tem também o excelente trabalho abnegado que o Christian faz com o seu Galo, mas aqui, mais uma vez, será um blog mais sobre o torcedor do que sobre o time. Mas não sairia se eu não tivesse lido o Looooosa Paloooooosa, e-book da Carolina Mendes, sobre a saga da Lusa na Série B do brasileiro no ano passado. Claro, gostaria muito que o meu amigo Sorocabano e companheiro nas vicissitudes paternas, o Fefas, me acompanhasse nisso aqui.

Esse blog, enquanto durar, pelos mais diversos motivos, é dedicado ao meu Tio Juca, que sempre foi a personificação do São Bento pra mim, e contribuiu como poucos para essa minha paixão pelo futebol.

Hey ho, let's go!